Arquivo da categoria ‘Contos’

Depois de tanto tempo ele volta a olhar aqueles olhos. Como o acalmam, o amam, o tranqüilizam.

“Gostaria de poder dizer que minhas férias foram tudo que eu esperava…”

“Por que você não pode dizer isso? – Aqueles lábios se movendo, que vontade de senti-los em mim novamente…”

“Porque foram os piores dias da minha vida… Nunca em todo esse tempo senti tanta a falta de alguém, não consegui me sentir um… Eu estava dividido, metade de mim estava aqui, querendo viver e a outra metade, procurando encontrar o conforto dos seus braços, a beleza do seu sorriso, o aconchego do seu colo, a vida que flui das suas mãos. Sabe, percebi mais do que nunca que hoje só posso ser um… Quando somos somente nós dois…”

“Como posso ser tão importante assim pra você em tão pouco tempo?”
“Não vou tentar explicar aqui como o tempo parece correr quanto estou junto de ti, nem como ele estagna quando estou longe… Só o que posso dizer é que hoje eu encontrei em todas as suas fotos antigas, o perfil da mulher que eu nunca, sequer, sonhei. Encontrei um lado criança palhaça risonha, um lado menina alegre e expressiva e outro lado que mostra sua sólida mulher, sensual e provocante. Não sei o que pode vir acontecer no amanhã, nem se você ainda quer passar a eternidade do meu lado… Mas eu sei que se algum dia o destino já fez o favor de cruzar duas vidas previamente pré-feitas, esse ato premeditado veio acontecer no dia que ele uniu nossos caminhos. Eu quero poder ter o prazer de dizer um dia, que você é a minha mulher e poder escutar em cada nascer do sol, que sou o homem da sua vida! Quero que a cada gargalhada, aquela mesmo que faz a vida fluir por entre as minhas veias, eu esteja ao seu lado…”

Ele emudece…
Nada mais acontece
Só o desejo de saber qual vai ser a reação dela, quais vão ser as palavras, quais vão ser os atos… Mas acima de tudo… Como vai ser aquele olhar…?

Do Sétimo Andar

Publicado: agosto 27, 2011 em Contos

E lá vinha ela caminhando novamente por entre as arvores dessa pequena praça. Às vezes se escondendo, às vezes se mostrando, como se soubesse que estou aqui, a espera dela, a espera de sua simples visão, mesmo que de tão distante.

Seu vestido em um tom azul escuro praticamente a torna invisível nessa noite escura, mas seus cabelos negros esvoaçando entregam seu paradeiro.

Questiono-me se esse ser que vejo pode ser o ser que alguns chamam de anjo. Se essa pele alva e esses cabelos cacheados são mesmo tão divinais de perto, se suas feições se aperfeiçoam quanto mais perto chegamos, se o seu perfume é algo tão arrebatador, se a sua risada é mesmo capaz de criar uma centelha divina no meu peito e fazer queimar novamente algo que eu acho estar congelado há décadas.

Será mesmo aquele rosto jovem, capaz de se comportar como uma incrível mulher? Ó coragem que me falta ao poder agir e simplesmente descer daqui e gritar a ela toda minha paixão!

 

 

Palavras Simples

Publicado: agosto 24, 2011 em Contos

Hoje escrevo a ti com as últimas forças que tenho. O pouco tempo que nos separa já causou danos irreparáveis a minha saúde.

Sua falta é sentida por todo meu corpo. Minha visão anseia em poder encontra novamente os detalhes esplendorosos de sua face. Meus ouvidos se julgam surdos sem poder escutar novamente sua risada, que consegue me propiciar a sensação de estar na presença dos arcanjos mais divinais. Imploro pelos seus beijos para o deleite do meu paladar, seus lábios explorando meu ser, não se contentando somente com a minha boca. Suas mãos ao acariciarem a minha nuca, deslizando pelo meu peito, arfando comigo a cada minuto.

Não agüento mais descrever minhas dores. Tu sabes que se me fosse permitido jamais iria sair de teus braços, jamais abandonar o aconchego do seu colo. Porém forças mais imponentes do que nossas vontade ousam nos separar. Então o que me resta é esse caminho…

Mas não te abandono, esse ato somente libertara meu espírito para que possa estar junto a ti nesta infinita distância que nos separa.
Então meu amor, quando aquele calafrio eriçar a sua pele, será meu afago a te acalmar.

Quando um vento frio passar, acalentando sua têmpora pulsante serão meus lábios esperançosos a te beijar.

E quando, por fim essa distância se romper, e novamente pudermos estar juntos, seremos eternamente um. Tão únicos e unos quanto os mais singelos flocos de neve.

 

Daquele que sempre foi e sempre será somente seu…

Te Amo minha pequena donzela…